Quantos dos seus personagens
fictícios favoritos morreram? Para aqueles que são fãs das Crônicas de Gelo e
Fogo, de George Martin, a resposta seria: Muitos =/
Morte sempre foi um assunto
complicado. Mesmo na mesa de RPG, poucos jogadores se orgulham de suas mortes,
a menos que o jogo em questão seja Paranoia ou Fiasco. Mas, será a morte no RPG
algo tão ruim assim?
É verdade que dar o último adeus
a um personagem bem criado e amado é uma coisa terrível. Mas pode servir como
elemento narrativo e parte da historia que enriqueceria qualquer campanha, por
isso eu sugiro que, em longas campanhas, deixem seus personagens perecerem
quando isso acontecer, não nutram rancor contra os outros jogadores ou com o
mestre.
Porém, mestre, não mate os
jogadores por uma auto-satisfação insana. Não acho que mestre deve ser inimigo
dos jogadores, muito menos acho que os jogadores devam olhar o mestre como
inimigo. De fato, creio que todos só querem se divertir, mas, algumas vezes,
devemos encarar nossas escolhas e vermos as conseqüências. Nesses momentos, os
personagens que tomaram decisões malucas, temerárias, estúpidas e etc, devem
morrer. Mas também acho que, às vezes, heróis morrem tomando decisões corretas.
Essas mortes não estão erradas, acho que elas podem incrementar um jogo de uma
forma muito peculiar.
Um jogador que tenha perdido o
personagem pode criar um novo, que tinha algum vínculo com o personagem morto,
e que se inspira nas histórias do falecido, ou que deseja vingança pela morte
do antigo personagem. Típica historia de anime ou rpg japonês.
Personagens podem morrer como parte
da história, mas, mestres e jogadores, façam da morte do personagem como um
marco na campanha. Torne a morte algo memorável, mesmo que tenha sido uma morte
idiota, torne-a parte da história. No sentido de que, mesmo muito adiante, ela
venha a influenciar os fatos depois.
Quando Ned Stark morreu, Robb uniu
o norte contra Porto Real. Se ele tivesse ficado em casa, na paz de Jah,
lamentando a morte do pai, não teríamos um dos livros mais emocionantes de toda
série das Crônicas de Gelo e Fogo.
Da mesma forma, um personagem que
morreu, pode dar muito pano para manga para qualquer mestre e jogador. Como a
morte de Boromir, que veio a agravar a Loucura de Denethor e influenciou suas
ações para com os membros da antiga Comitiva do Anel.
Porém, jogadores, não se iludam
acreditando que boas mortes são mortes heroicas. Mortes podem ser estúpidas e
gerarem grandes acontecimentos. Como Khal Drogo, que morreu de uma forma tão
inusitada e indigna. Com a morte dele, o khalassar se desfez, Daenerys ficou
traumatizada e desconfiada de todos, além de sempre se lembrar de seu antigo
amado.
Logo, não importa como a morte
aconteceu, o que importa é a forma como os jogadores e mestres tratam dela. Não
façam o personagem morto ser esquecido brevemente. Conte historias do falecido
nos momentos de interpretação. Interprete lembranças e motive os sobreviventes
com memórias daquele personagem que se foi. Um exemplo besta poderia ser sobre a
morte de um personagem, falecido de forma estúpida, e alguns meses depois, os
sobreviventes entram numa taverna e um bardo canta uma canção sobre aquela
morte escrota.
Por fim, jogador que perdeu um
personagem, tenha dignidade. Alguns RPG’s permitem que alguém seja ressuscitado.
Eu, em particular, acho isso uma bosta. Mas se o amor pelo antigo personagem é
tão grande que a dor de deixa-lo partir é insustentável, peça para o mestre
narrar uma aventura paralela do fantasma do personagem traçando seu caminho de
volta à vida, enquanto os outros personagens tentam, no mundo físico, trazer o
morto à vida.
O conselho é: faça da morte algo
para se lembrar e vangloriar. Da mesma forma como é feita nos filmes e livros.
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