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terça-feira, 7 de maio de 2013

Jogando Red Star

Faz um tempo que joguei, faz um tempo que postei, mas vamo lá que o tempo não para.


Eu (Mestre Suna) e o Eric (Mestre Hobbit) nos encontramos com uns amigos há mais ou menos um mês atrás pra jogar e testar Red Star, trago pra vocês minhas impressões como jogador.

Em primeiro lugar: Esse foi um jogo teste, exatamente pra achar defeitos e problemas.

Convidamos jogadores pelo facebook, pelo grupo de nerds e rpgistas da cidade e marcamos o horário melhor: domingo às 11 horas. Eu acordei às 13, não sei porque. Minha mãe tentou me acordar e ela disse que eu não me mexia. Ela ficou preocupada que eu não respondia às cotucadas e ao telefone tocando ao meu lado. Quando eu saltei da cama, estava me sentindo meio grogue e fui até a geladeira. Minha mãe falou que estavam me esperando e já tinham me ligado várias vezes. Eu lembrava do compromisso, só não sabia que tinha acordado tão tarde. Abri a geladeira e felicidade! Um enorme de bolo de chocolate meio comido. Minha mãe tirou um pedação e colocou num tupperware, aquelas vasilha de plástico de mãe, pra eu levar.

Cheguei na casa do Mestre Hobbit logo em seguida - nossas famílias moram no mesmo bairro lá no interior de minas - e rolou aquele momento de "Eae, eae, de boa? Tudo bão e com você? Tudo bão. Ce viu aquele vídeo que te mandei? Vi, muito doido, me lembrou um jogo..." E entre isso e imprimir uma cópia do livro, copiar as fichas, nisso foi embora quase uma hora. Sentamos pra jogar às 14 e pouco. Eu já tinha estudado o sistema e percebi um problema.

O sistema ainda não estava perfeito, antes mesmo de jogar a gente percebeu irregularidades no sistema de vitalidade, os personagens podiam chegar a quantidades exorbitantes de HP que os permitiriam sobreviver a não apenas um, mas até dois tiros de morteiro. Discutimos sobre o sistema enquanto preenchíamos as fichas. A quantidade de vitalidade dos personagens estava em níveis normais, isso não causou nenhum problema no nosso jogo em si, mas a possibilidade de ter a vida de um dragão deixava as coisas meio estranhas no mundo das ideias. Com alguns ajustes, o sistema de vitalidade ficou mais lógico e a gente tava pronto pra começar o jogo.

(não vou descrever tudo que aconteceu no jogo, jogamos horas a fio e eu não tenho memória eidética).

Nosso grupo era composto por um Caçador (Carlos), um Invasor (Rildo) e eu de Silenciador. Nós já nos conhecíamos e já havíamos feito algumas missões juntos, mas, até então, nenhuma missão em Pripyat. Uma introduçãozinha rápida, o jogo já começa com a bala na agulha: uma grande movimentação no quartel general da Red Star. Logo somos avisados do motivo: uma das 5 pontas da estrela (altíssimo cargo da Red Star) havia desaparecido em Pripyat junto com todo seu time. Todos os membros da estrela vermelha iriam peitar a empreitada de achar a comandante Nathassya Volköva, que era uma peça de valor inestimável pra nós. Os preparativos foram feitos e tudo foi arrumado, pegamos nossas coisas, entramos nos veículos militares e fomos de galera pras imediações de Pripyat.

Confesso que nessa hora me senti na introdução de um videogame, vestindo a armadura negra no helicóptero, recebendo instruções dos nossos superiores, checando as funções se tava tudo ok, nossa, foi claro, límpido na minha mente. Aliás a parte imaginativa do jogo como um todo foi muito legal, com todas as referências visuais que a gente tem hoje em dia desse tipo de cenário pós apocalíptico em Fallout, Bioshock, Metro 2033, todos aqueles filmes de destruição do mundo, tudo isso tá bem claro na minha mente. "Tem vários prédios em ruínas" pronto, imediatamente já imaginei tudo ao meu redor.

Chegamos na cidade à noite e fomos fazer o reconhecimento do perímetro pra poder subir acampamento. Eu, o burrão que vai na frente pra se foder primeiro, fui na frente pra checar as coisas enquanto um grupo vinha atrás e o Carlos guardava nossa retaguarda. O cenário é maravilhoso. Desse momento em diante não houve um momento que eu me senti no controle de alguma coisa. Sempre tinha uma pontinha de medo por onde quer que a gente fosse. A gente nunca podia ter certeza do que ia acontecer na próxima esquina. No começo da entrada no prédio, tudo ok, não tivemos muitos problemas até que encontramos um homem vestindo armadura negra e o capacete quebrado. Pobre rapaz, eu botei fim ao sofrimento dele antes que ele nos causasse algum mal. Aí as coisas começaram a desenrolar.

Sons de passos no andar de cima nos avisavam de perigos futuros. Daí pra frente o jogo começou a se desenrolar quase que freneticamente. Enfrentamos um emissor, que lançava pequenas emissões brilhantes que iluminavam a noite em Pripyat. Com um excelente trabalho de equipe (e algumas acrobacias alá Alladin da minha parte) conseguimos derrotar o monstro sem sofrer muitos danos. Tomamos o prédio, o resto do esquadrão tomou os prédios vizinhos, asseguramos o perímetro e levantamos acampamento. Vimos, de longe, outros monstros em outros prédios. Isso foi um pouco chocante, era o primeiro contato dos nossos personagens com esse tipo de inimigo.

No dia seguinte começamos a pensar: A armadura da comandante Volköva não podia ser localizada pelos nossos radares. Nosso superior adicionou uma Programadora ao nosso grupo, uma menina, por sinal. Com a ajuda dela conseguimos traçar os possíveis lugares onde existiriam paredes grossas poderiam estar interferindo no nosso sinal, como o cofre do banco local e o hospital. O capacete da armadura negra do Rildo sofreu um pequeno vazamento e tivemos que pedir auxílio da base. Eles enviaram um veículo com um capacete reserva e deixaram tanto o capacete quando o automóvel conosco. Nos separamos: Eu e Carlos fomos investigar o hospital.

O que se seguiu foi uma série de desventuras pela cidade fantasma: Encontros com alguns filhos de Pripyat, saltos de um prédio pro outro dignos de homem aranha, uma fuga desesperada de uma revoada de Corvos do Abismo e até uma Emissão! Isso mesmo, a gente sobreviveu a uma Emissão. Daí pra frente meu personagem começou a fazer burrices, eu não o culpo por isso, ele não tinha lá muita inteligência, mas eu não quero expô-lo assim então a história acaba mais ou menos assim: Soldados americanos estavam em Pripyat e a gente se deu mal contra eles (principalmente meu personagem, tadinho). Acordamos na presença da própria Nathassya, armada até os dentes, num lugar estranho, seguros dos Yankees.

Em suma, a história do nosso jogo em si não é tão importante, o que é importante é que:

O cenário é muito bom, o sistema é bastante simples e funciona (apesar do detalhe citado acima). A ação se desenrola muito bem, as classes de personagem são bastante coesas e se completam. 

Minha avaliação:

Cenário: 9
Pra quem jogou jogos do gênero, viu filmes de referência, é límpido e claro imaginar tudo que está à sua volta. O único problema que tive foram os filhos de Pripyat, como o livro não conta com uma grande equipe é difícil prover imagens de tudo. As imagens de referência dão alguma ajuda, mas a natureza caótica dos monstros pode pregar umas peças na sua imaginação, o mestre tem que ser cuidadoso ao descrevê-los. É fácil criar situações para os personagens dentro do cenário e o tempo todo você se sente inseguro sobre o futuro, é um ótimo cenário de Horror.

Sistema: 8
O sistema apresentado é apenas uma possibilidade, o cenário é mais importante. Levando isso em conta, o sistema de Red Star resolve bem, de maneira bem simples a maioria dos problemas. O sistema de vitalidade como se apresenta na versão está falho. O sistema de dificuldades e o valor máximo de habilidades também teve de ser modificado, mas é um problema menor que foi resolvido limitando o máximo das habilidades em 7 (as dificuldades mínimas podiam chegar a 0, o que dava pala no sistema). Obs.: Não há dados sobre as armas específicas do Silenciador, Besta de repetição e Zarabatana de pressão, nem sobre os venenos da Zarabatana. Mas isso foi esquecimento mesmo huauhauhauha dou uma relevada nessa parte porque o Mestre Hobbit fez tudo sozinho, monte de coisa pra fazer a gente sempre acaba esquecendo uma coisinha.

Diversidade de criação de personagens: 6.5
Assim como Abismo Infinito é um RPG com uma proposta muito específica, você obrigatóriamente é um soldado da Red Star. Sua "classe" determina apenas seu equipamento inicial, mas se você não dedicar também seus atributos e habilidades pra isso você acaba com brinquedos que não sabe usar direito. 

Geral: 9
O cenário é a grande jóia, já rasguei elogios durante o texto até aqui. O sistema precisa ser testado mais vezes pra acertar algumas arestas. 

Recomendo a todo mundo que jogue e mande pra gente suas críticas e sugestões. Do jeito que tá já é muito doido, é como jogar um FPS de última geração sem precisar gastar milhares de reais num pc brutão. Só que melhor porque a gente tá usando a melhor placa gráfica do mercado, desde sempre, a imaginação.


7 comentários:

  1. Muito bom o texto, queria ter estado em Ipatinga pra jogar tambem.
    Vei, a Emissão é o mais foda do jogo. O desespero para achar um local seguro é muito doido. O Eric colocou o video russo para retratar a emissão?
    Eu só joguei o Red Star antigo, adaptado pro storyteller, mas to mt curiosa pra jogar o novo!

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  2. Amigão, será que vc não superestima um pouco os objetos dessas avaliações?
    Se vc vai da nota geral=9 para tudo, que nota vc daria para A Máscara, Gurps, D&D, D20 Saga, Savage Worlds, Kult, Cyberpunk, etc.?
    Tipo assim: hoje se o Paulinho do corinthians é craque como dizem, o que sobra pro Zidane? Se o Emicida é gênio o que sobra pro David Bowie?
    Eu acho que na sua terminologia da sua escala de 0 a 10, um objeto bom poderia receber nota 5, muito bom 6, 7 para ótimo e daí pra cima só o que for obra-prima e fora de série.
    Um abraço
    Genki Sudo

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    1. Bom, não sei se vc percebeu, se está fazendo um paralelo com isto e tal. quem fez este post foi o Suna, quem fez o do abismo infinito fui eu.
      e eu dou nota 9 para abismo infinito sem pestanejar. e colocando-o lado a lado com rpgs como vampiro a máscara, D&D e outros.
      não sei os critérios de avaliação dele, mas em relação aos meus, se é q vc realmente está fazendo este paralelo, são realmente quesitos da obra de uma forma geral, não com a intenção de compará-lo a outros RPGs, mas com uma nota baseada na satisfação q um jogador teria ao se deparar com a obra.
      espero ter explicado.
      Abraço!

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  3. Ok, não vi que eram avaliações de pessoas distintas... falha minha!
    Ainda assim acho as notas overrated e excessivas.
    Valeu!
    Genki Sudo

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    1. não custa nada dar uma conferida no material. leia o abismo infinito /9se n tiver visto ainda) depois dê sua avaliação.
      abraço.

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  4. Uma pergunta sobre a experiência de jogo, para o autor do post:
    Em termos de tempo, quanto da sessão os combates consumiram?

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  5. Divulgando! http://www.cavaleirosdasnoitesinsones.com.br/downloads/baixe-o-rpg-de-mesa-red-star

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